Tudo parece ser tão perto e real quando sonhamos, imaginamos e desejamos. Duas praias, uma em frente da outra, no final da rua da sua casa; ter dois países que se localizam em lados opostos tudo no mesmo lugar. O ruim é ter o que você mais quer na vida ou que deseja há um bom tempo, consegue e de repente acorda, como se tivéssemos perdido o que conquistamos, como ter o celular dos seus sonhos e passar uma tarde com seus ídolos favoritos, sendo que eles nem desconfiam da nossa existência. É triste, mas é real: nem todos os amores são correspondidos. 
     Todavia, às vezes pensamos "Ufa, ainda bem que foi só um sonho". Nem vou citar o que aconteceu, mas devem saber como é a sensação. Outros tipos dos sonhos são aqueles que te alertam sobre algo e realmente acontecem. Já sonhei com coisas que aconteceram umas três vezes. É estranho, pois você fica nostálgica o dia todo. 
     E aí, tá sonhando?


     Bem, tive que fazer uma redação na escola. A proposta era fazer uma dissertação sobre qualquer coisa, seguindo uma das estruturas requeridas durante a aula. A primeira redação valendo nota, que era para escrever uma introdução e conclusão. Infelizmente, tirei 0,4 de 1,0. Fiquei chateada, mas fazer o que, né? Teria que me esforçar e tirar uma nota boa na reescrita, acrescentando o desenvolvimento. Vamos à luta! Li, escrevi, reescrevi, analisei, pedi conselhos... Entreguei. Seja o que Deus quiser e espero que fique com notas acima da média. Depois de um pouco mais de um mês, pego a redação de volta. E qual o resultado? TIREI 1,8 VALENDO 2,0!!! Fiquei muito, muito feliz! E, como nas redações da maioria dos meus amigos tinham anexos, com anotações da professora, para a melhoria dos textos, achei estranho de não ter no meu. Perguntei para a professora pedindo pela minha folha. Então, ela me disse que o meu texto estava perfeito e que possuía apenas erros corriqueiros, com pontuações. Fiquei paralisada até perceber que o texto estava bom, o que raras vezes acontece. Depois disso, não poderia deixar meu texto de lado. Vou postá-la aqui. 
     Para variar, ou não, a minha tese está relacionado a Canadá, um país que desejo conhecer muito pois minha banda favorita é de lá e também porque a folha de bordo, símbolo da bandeira canadense, é muito fofa.

Segue abaixo o texto.
     O Canadá é um dos países que possui dois idiomas oficiais: inglês e francês. Durante a formação de colônias na América, o país era dominado pelos franceses, mas, na Guerra dos Sete Anos, foi tomado pelos britânicos. Todavia, no Brasil, que na mesma época era explorado por espanhois e portugueses, a única língua adotada é a portuguesa. Se considerarmos a colonização como quesito para a determinação do idioma do país, por que o Brasil não é uma nação bilíngue?
     No Brasil, a língua mais utilizada, antes da dominação europeia, era tupi-guarani. Muitas outras culturas também chegaram ao país, inclusive através da catequização de índios, porém Marques de Pombal, em 1957, promulgou a Lei do Diretório, que obrigava os habitantes a se comunicarem apenas com o português, a fim de não perder o poder sobre o território e os nativistas brasileiros para outros navegantes. Já no Canadá, o bilinguismo é defendido pela Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades, para unificar o país pacificamente, sem conflitos internos por questões culturais.
     Portanto, se naquela época os índios não fossem tão ingênuos nem os navegantes persuasivos, os brasileiros não falariam somente o português, mas espanhol e tupi-guarani. Devido à ambição e egoísmo dos portugueses, que ao invés de zelar pelo patrimônio histórico local, como no Canadá, de aderir ambos os idiomas dos que colonizaram, o governador, possesso, privatizou a terra e obrigou o uso da língua portuguesa, para que não corressem o risco de perderem o território, aumentando a autoridade sobre eles. Pura ambição. 




DOMINGO, 24 DE JULHO DE 2011. Terminou a maravilhosa atividade: engraçada, divertida, corrida, rigorosa, enfim, de tudo. Vamos lá em busca de algo para comer, na tão famosa feirinha da Liberdade. Em 23 pessoas, andamos até o ponto de metrô e o pegamos. Até aí tudo bem. Logo que entramos no vagão, ouço vozes de senhoras falando "Esse tipo de pessoas que entram no metrô só para bagunçar, não tem jeito...". Não sei se mais alguém ouviu, mas fiquei quieta. Alguns poucos pontos adiante, entraram, por ironia do destino, ou pura "coincidência", vários policiais. Desconfiei que fosse por nossa causa, mas quem sabe? (Alguém percebeu?) Oito pontos percorridos de metrô e finalmente, chegamos à Liberdade! Um lugar turístico, com a cultura japonesa predominante. Olhei em volta e escutei os estrondos: o que está havendo? Pensei consigo mesma. À esquerda, um palco com a fachada escrita "Matsuri". Hm, pensei. Que sorte ter ido lá, em um grupo grande de amigos, justo no dia em que o lugar estava lotado (o que diríamos se fosse um lugar fechado). 
A nossa viagem estava marcada para as 16h e já eram 14h. Teríamos que nos dividir em comer e nos reencontrarmos em uma hora. Para manter a união, tentamos a ir um lugar que caberiam todos. Tentativa fail. Alguns comeram no Subway, outros na feirinha. Algumas meninas depararam com pessoas grossas, só pensando no dinheiro que o trabalho forneceria, outros que atendiam para servir bem os clientes, desesperados em busca de alguém; todos os tipos de pessoas estavam lá. 
15h e ainda tentando reencontrar o pessoal. 15h05 tiramos a foto; 15h10 saímos para buscar as bagagens em frente ao Mc; 15h15 Chegamos ao local. Esses dez minutos foram os mais demorados da minha vida, eu acho; 15h25 pegamos as malas e fomos ao metrô, em direção à Rodoviária. Quem estava comigo percebeu, que estava muito ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, de perder a viagem de volta. Graças à cooperação e a ajuda de todos, pudemos chegar no horário. Mesmo assim, continuava nervosa, sei lá, sistemática talvez seja a palavra certa.
Quase nos atrasamos mais uma vez para pegar o ônibus na parada, mas isso não vem ao caso. Viagem cheia de "shhhhhhh" e muitas risadas por nossa parte. Para mim, em específico, levei sorte de não ter ninguém ao meu lado. Fui folgada deitada e esticada nos dois acentos e consegui dormir bem.




24 de julho de 2011, O DIA QUE FICOU MARCADO PARA SEMPRE.
Muito obrigada a todos que fizeram parte dessa semana e deste dia tão 
inesquecível na lembrança e no coração de todos que participaram.




     É incrível como as pessoas fazem qualquer coisa no aeroporto: deitam-se encostados em um pilar e dormem sem se importarem com nada; atrasos ocorrem em todos os voos, com raras exceções; a empresa aérea, em geral, tem a cara de pau de cobrar a Internet, sendo que além da passagem ser mais cara, em relação a outros meios de transporte, coloca uma placa "Wi-fi zone", o que nos leva a pensar que é livre e grátis, e não é. Todavia, as viagens são confortáveis e de curta duração, felizmente, eficientes. 
     As paisagens vista de cima são lindas! Por sorte, ou não, fiquei bem ao lado da asa. Vales, rios são vistos abaixo de inúmeras nuvens brancas que até parecem se misturar. Casas, quadras, cidade: observadas em menor escala parecem com maquetes construídas para a elaboração de um projeto.

     Para alguém que não está acostumado com esse tipo de viagem, qualquer desvio é motivo de pavor: friozinho na barriga ao decolar e pousar. E, como uma pessoa, tão acostumada com voos, pode ter medo de montanha-russa, "evolution", elevador? Isso não faz sentido algum. Com a viagem, você perde a noção de distância. Já pensei que Japão fosse pertinho do Brasil, que bastava apenas imaginar que estaria lá.

     Já ia pensando que não falaria com ninguém, mas ainda bem que o mundo não está perdido. Há pessoas boas, que mesmo que não me conheçam, oferecem espaço para que eu passe sem esperar toda a fila sair.
     Quando menos espera, ela termina.


     Um dia, um menino da minha sala levou "Every Flavour Beans" do Harry Potter, que trouxe quando foi à Disney. Do nada, minha amiga estava com cara de nojo me pede água. Depois ela disse que provou uma balinha com sabor de salsicha e que como era muito ruim, ela foi correndo até o lixo para cuspir lá. Ela falou que era horrível, apesar de gostar disso e ter pensado que seria bom. Até aí, tudo bem. Depois, o dono das balinhas pega uma de salsicha também. Com toda sua delicadeza, cuspiu no chão da sala mesmo e afirma, depois de ter provado todas as balinhas, que a de salsicha é a pior de todas. 
     Depois, de muito tempo observando as pessoas falando "nossa, pega esse daqui que é muito bom" "esse daí é de vômito" eu resolvi pegar uma. Lembro que comi de cinnamon (canela), marshmallow, candyfloss, blueberry e dirty. Não lembro a ordem das que peguei, mas eram muito boas, exceto a última. Lembro que no momento nem era tão ruim assim, porque tinha gosto de carro. Sabe quando o dia tá com um sol maravilhoso e você sai de carro? Daí, começa a chover bastante e não tem mais como voltar para trás ou deixar de fazer isso e você precisa estacionar o carro. Depois de um tempo estacionado e fechado, você abre a porta e vem um cheiro abafado de carro... Para mim tinha gosto que é idêntico ao cheiro característico de carro e não que eu tenha comido um "carro". Foi essa a sensação do sabor. Mas depois, a tarde inteira, ficou um gosto horrível na minha boca, quase provocando ânsia de vômito, sem brincadeira.
     Claro, depois fiz propaganda para muita gente, anunciando a minha boa vontade de ter comigo aquilo, rs, sem exageros, né?
     Como que as pessoas criam sabores para coisas que normalmente ninguém come? Imaginei mais ou menos o que eles devem ter feito para chegar a essas conclusões como experimentar e pegar "aromas" das próprias coisas que deram origem a esse saborzinho... Como a ciência é eficiente até em coisas que poderiam não existir, né? Até aonde vai a criatividade humana?
     Apesar de tudo, essa foi uma experiência bem divertida... No fim, minhas amigas e eu que acabamos com as balinhas da caixa!

     Na caixinha, tinham os seguintes sabores: Blueberry (mirtilo), Cherry (cereja), Cinnamon (canela), Dirty (sujeira), Earthworm (minhoca), Earwax (cera de ouvido), Grass (grama), Green Apple (maçã verde), Lemon (limão), Marshmallow, Rotten egg (ovo podre), Sausage (salsicha), Soap (sabonete), Tutti-frutti, Vomit (vômito), Watermelon (melancia).