Olá!

Bem no início do início das aulas do semestre de inverno (no ano passado), eu percebi que todos os professores e assistentes tinham uma “chave de carro” e pensei: nossa, esse professor tem um carro! Pura ilusão! No início deste semestre (de verão), descobri que essas “chaves de carro” nada mais que eram chaves eletrônicas para as salas de aula e laboratórios porque eu “ganhei” uma chave dessas, para poder entrar no laboratório do andar que eu trabalho. Elas são iguais, mas elas têm um código eletrônico interno. Quando a chave tem acesso à sala, a carinha fica feliz. Caso contrário, fica triste. Na foto ao lado, ela está com uma carinha "neutra".

Quando eu recebi essa chave, foi a época de transição de estações, época em que, literalmente, tinham 4 estações do ano em um dia só e percebi que sempre que eu encostava nas maçanetas da universidade, eu levava choque. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi: como as fechaduras são eletrônicas, deve ser isso que deve estar me dando choques. Comentei sobre o fato com a minha tia e ela comentou que o fato de levar choque aqui na Europa é muito fácil, pois a umidade relativa do ar é muito baixa. A explicação científica para isso, é que como o ar é seco, o corpo fica mais carregado, pois há menos moléculas de água no ar, que são responsável por uma parte da descarga corporal. Às vezes penso que essa “secura” seja positiva, pois uma hora estou suando muito e, depois que descanso um pouco, minha pele está seca de volta, como nada tivesse acontecido, o que não acontece no Brasil (que fico toda grudenta e melada!).

Já que eu sabia que ia levar choque, eu tocava na maçaneta bem rápido com a ponta de um dos dedos e abria a porta, pois, dessa forma, o choque nem doía tanto e se mesclava com a “batida”. Às vezes também, ao encostar em amigos, senti choque.

Em época de Pokemon GO, até dá para se comparar a um Pokemon elétrico, hahaha

Até a semana que vem com mais uma pequena historinha da minha estadia em Berlim, que, infelizmente, está acabando!


Liebe Grüße


Olá! Tudo bem? Nesta postagem vou voltar ao assunto de comida. Quando me inscrevi para essa vaga de intercâmbio, eu citei que gostaria muito de vir a Berlim pelo fato da universidade estar muito engajada a pesquisas na área química e também por citar que Berlim é uma cidade multicultural, onde me desenvolveria muito pessoalmente. E isso aconteceu: conheci pessoas de muitos países diferentes e, consequentemente, algumas comidas típicas.

No primeiro apartamento morei com uma menina da Indonésia e outra do Paquistão. O problema é que sempre que elas me ofereciam comida salgada, estavam super-ultra-mega-power apimentadas! Tipo assim, um dia a paquistanesa me ofereceu arroz que era diferente: comprido, e com muitos condimentos. Resolvi comer. Enchi o prato, como uma japonesa (que ama arroz) e, na hora que coloquei uma garfada na boca... Mal consegui comer! Era muito, muito, muito ardido! Mas como a base da minha refeição era o arroz, senão eu passaria fome, comi com muito esforço (e muitos copos de água!).

Agora estou morando com uma outra menina da Indonésia e com uma da Coréia do Sul. Quando a coreana se mudou para o nosso apartamento, eu tinha feito Curry rice, que é uma sopa com curry versão japonesa/indiana e achei que ficou um pouco ardido, que é o máximo de ardido que suporto sem água. Eu a ofereci, pois era domingo e ela ainda não tinha comprado nada de comida no mercado e avisei que estava um pouco ardido. Depois, ela me agradeceu e que não achou nada ardido e também me disse que um dia que ela cozinhasse, ela iria me dar um pouco para eu conhecer um pouco da culinária coreana. Ela me deu um pouco de kimchi cozido com carne de porco para comer com arroz. Muito bom, até porque eu já comia kimchi , porém, um pouco mais ardido do que eu normalmente suporto. Um dia, fomos a uma feira de comidas de rua típicas coreanas. As cores das comidas me assustaram muito, pois eram muito avermelhadas. Mas já que estava lá, provei um macarrão gelado com salada, molho de chili e bolsinhas recheadas, que eu diria que seria uma versão coreana de gyoza. Eu achei o sabor sensacional, muito gostoso, mas, contudo, entretanto, todavia, muito ardido, que demorei muito para terminar de comer.


Também sempre que como um Döner, tem a opção de pedir com molho de chili, mas sempre peço sem, pois tenho medo de pedir com pimenta e ser ardido demais e perder o lanche inteiro.


Com todas essas experiências, eu percebi como a culinária japonesa e (sul) brasileira, em geral,  não é tão apimentado e o que é apimentado para mim, pelo menos, não é nada para pessoas que estão acostumadas a comer comida apimentada. Mas não é por causa do ardido que vou deixar de provar as comidas típicas de outros lugares do mundo, pois na maioria das vezes, eu acredito que valha à pena se arriscar (apesar do ardido) e provar, pois através do ardido, ainda pode haver o “saboroso”.


Hallo!

Aqui na Alemanha existem prédios antigos (Altbau) e modernos e por dentro, por mais que os prédios se parecem bem modernos, pode ser que tenham resquícios antigos. Na minha universidade, o prédio, o qual trabalho, por fora é bem moderno, mas nota-se que os auditórios de aulas, laboratório e banheiros não são novos. Vou dar um exemplo.


Se você entra em um banheiro, cuja porta por dentro é conforme mostrado a seguir, o que você faz?
Maçaneta por fora. Frei = livre
Maçaneta por dentro.
a)    Fecha a porta e reza, para que ninguém abra a sua porta;
b)    Tenta encontrar alguma forma de trancar a porta; ou
c)    Não usa o banheiro.

A alternativa que escolhi foi a a), até que um dia entrei no banheiro e a plaquinha da porta estava “Besetzt” (ocupado). Fiquei pensando: como foi que ela fez isso? Esperei o banheiro ficar desocupado e entrei. Novamente, olhei para a porta e não tinha nenhuma tranca a ser girada, então, tentei girar a própria maçaneta, e, olha só o que aconteceu:




Eu me senti, como se eu tivesse feito a maior descoberta do mundo!

No dia 21 de junho eu fui à Deutsche Oper (Ópera alemã) e a porta do banheiro era igual, apesar do prédio ser moderno por dentro e por fora.

Aqui em Berlim eu não sei muito sobre isso, mas várias cidades históricas (como Praga) permitem que prédios antigos sejam renovados, desde que se mantenha a fachada inalterada, como, por exemplo, o Reichstag, o prédio do Parlamento alemão, que é supermoderno por dentro.

O principal intuito desta postagem foi para mostrar a porta de banheiro diferente que encontrei por aqui. J


Bis nächste Woche!


Guten Morgen / Tag / Abend!

Quando estava vindo para Alemanha, no último voo, que foi Londres – Berlim com British airlines, eles ofereceram apenas bebida, pois o voo era apenas de uma hora. Fiquei prestando atenção no que a aeromoça ia servindo e ouvi “suco de tomate com pimenta” (Tomatensaft mit Pfeffer). Pensei que eu tinha ouvido errado, mas quando o avião pousou, vi uma propaganda na passarela entre o avião e o aeroporto com algo relacionado ao suco de tomate com pimenta. Fiquei supercuriosa, para saber como que é esse tal suco, mas como, normalmente, não passo muito bem em viagens, eu evito provar coisas diferentes.

No primeiro apartamento, logo que cheguei, vi que tinha uma caixa de suco de tomate de 1 L. Perguntei à minha colega e ela disse que era ruim, que parecia que estava tomando molho de tomate, pois era salgado e, então, ela jogou tudo pelo ralo da pia. Como sempre, comentei com a minha amiga e ela disse que era delicioso! Eu disse que deveríamos provar e, caso eu não gostasse, ela tomaria tudo.

Um outro dia estava voltando de uma viagem e perguntei quais eram as opções de suco. Ela disse laranja, maçã e tomate. Vi que o meu vizinho pediu de tomate e quase pedi, mas me mantive no tradicional suco de maçã. Até ia perguntá-lo como que era o gosto, mas eu fiquei com vergonha.

Até que um belo dia, em um dia que a minha tia estava aqui para uma visita, fomos ao mercado e vi o tal do suco. Junto com esse suco, também tinham sucos de repolho, beterraba e afins. A hora que achei o bendito suco de tomate, vi que nele tinha sal do mar (Meersalz). Comentei as historinhas com a minha tia e ela disse “Por que não levar? Eu já experimentei e não gostei, mas pode ser que você goste!”  Então, foi o dia que comprei o suco de tomate, mas não comprei a caixa de 1 L, mas de 0,5 L.

E chegou o dia de provar: preparamos o almoço e, enquanto ela tomava suco de banana, eu iria prova o suco de tomate. Pelo menos já sabia que era salgado, o que já me preparou melhor. Enfim, bebi o suco e não era nada delicioso: realmente, parecia que eu estava bebendo molho de tomate, mas gelado. Não gostei, mas também não joguei no lixo, pois minha tia deu a ideia de usar o suco ou como molho para macarronada ou fazer uma sopa de tomate, e foi o que fiz: o suco de tomate “delicioso” rendeu em uma maravilhosa macarronada.


E um outro dia também fui na casa de uma senhora e ela tinha um suco de verduras (tomate, beterraba, acelga e muitas outras), também com sal do mar. Comentei que eu havia provado somente o de tomate e que não tinha gostado. Ela, em contrapartida, comentou que gosta muito e bebe, principalmente, quando não tem tempo para almoçar ou anda muito de bicicleta, que, segundo ela, suprime a falta do almoço.

Por fim, cheguei a uma conclusão que isso é cultural, pois eu como muitas coisas estranhas, mas isso se deve pelo fato de estar acostumada a comer desde pequena. Acredito que com suco salgado também seja a mesma situação.

Mas, ainda assim, estou muito curiosa para provar suco de tomate com pimenta. (Talvez seja em um dia que eu tomar coragem. Se eu beber, escreverei aqui, com certeza!).


Até a semana que vem!