Viver sozinha requer que eu mesma faça tudo: limpeza da casa, compras no mercado, pagar contas, gerenciar dinheiro, lavar roupa etc. Para compras no mercado, sempre reservo segunda-feira. Em uma segunda-feira que não me lembro exatamente qual, fui ao mercado. Sempre compro dois tipos de frutas, dois tipos de verduras/legumes, pão, iogurte, leite, proteína... E como na semana passada eu já tinha comprado uva e banana, então, logo na entrada do mercado tinha “melão”, uma das minhas frutas favoritas, e não estava caro. Para anunciar a promoção da fruta, estava escrito “Honig Pomelo” (Pomelo de mel) e pensei que fosse uma espécie de meão. Peguei-o e também levei 1 kg de laranja.

Cheguei em casa e como ainda eu tinha uma banana e algumas uvas, resolvi fazer uma salada de frutas. Na hora que cortei o melão, já com a boca salivando, imaginando o gosto do meão na boca, percebi que a casca era fofa e que no meio da fruta tinham gomos. P

ensei que era um “greapfruit” gigante, experimentei, e era doce, como especificado (honig), gostoso, mas eu queria o meu melão!  Depois, pesquisei na internet e era uma espécie de laranja gigante.

É óbvio que tive que compartilhar com a minha amiga. Eu disse que comprei uma fruta achando que era melão mas que era uma laranja gigante. Eu acho que ela pensou que eu não conhecia outras espécies de melão e estava inconformada que eu não sabia que era uma fruta cítrica e não um melão, mas realmente, não tinha saber como realmente era a textura da casca, pois ela estava embalada por um plástico. Ela também comentou que melão em alemão é Melone e até comentei que eu achei que a fruta era um meão, porque o nome da fruta é Pomelo e pensei que “melo” era de melão.


Foi um acontecimento engraçado e ainda bem que a fruta era gostosa!


Nunca fui de comer muito chocolate, só quando eu era criança. A mesma coisa aconteceu com café. Uma hipótese para isso é que  eu comi tanto, quando era pequena, que enjoei e não como tanto como antes. Tem muita gente que diz que é “frescura”, mas simplesmente não sinto vontade de comer (chocolate) ou não consigo beber (café). Mas em compensação amo coisas de chocolate, como bolos, chocolate quente, cookies com chocolate e Tiramisu.

Quando um amigo tinha ido vindo à Europa, trouxe de lembrancinha para mim chocolate suíço e comi um pedaço que era ao leite e “que delícia”! Mas um tabletinho era o suficiente e levava o infinito para terminar a caixinha sozinha.

Aqui na Alemanha existem muitos chocolates que no Brasil não existe, por exemplo, muitos chocolates da rede Kinder (como Kinderovo, Kinderbueno mas muito mais que isso!), Milka com vários “sabores”, como iogurte, caramelo, aerado etc. E uma pequena prova de que o chocolate daqui é bom, como lembrancinha daqui a minha tia pediu para que eu levasse chocolate.

Um dia fiquei conversando com uma amiga (a de sempre) que uma amiga em comum já comeu várias vezes barras de chocolate (pequenas e grandes) e eu fiquei surpresa, pois eu mal consigo comer um tabletinho. Foi só falar que eu nunca fiz que, no dia seguinte, resolvi abrir uma barra Milka com biscoitinho salgado para experimentar. Tomando chá foi um pedaço, foi outro e a hora que eu vi, a barra inteira tinha ido! Uma delícia! Esse fato de comer uma barra de chocolate inteira é novidade para mim e isso também é perigoso, pois sabendo que eu consigo comer a barra inteira me faz desafiar a comer mais a mais (e, com isso, engordar)! Isso é um perigo, hahaha

O pacote vazio da barra de chocolate que comi sozinha!
Sempre existe uma primeira vez para tudo, ainda mais porque o tempo é capaz de mudas suas preferências e o jeito de ser.

Bis bald!
Até breve!


Vou relatar a “primeira” vez que fui à biblioteca, digo pois literalmente não é verdadeira, pois já havia ido uma vez para uma visita guiada e explicação sobre o funcionamento geral da biblioteca durante um curso de alemão intensivo que participei, mas foi a primeira vez que realmente fui lá com fins acadêmicos. Como toda biblioteca, não se pode entrar com mochilas nem bolsas, então na entrada disponibiliza-se armários. Entretanto, aqui na Alemanha, cada um tem que trazer o seu próprio cadeado (pelo menos na minha universidade brasileira é o sistema com chaves).

Tendo consciência dessa informação, uma semana antes fui em uma loja estilo “Casa China” para comprar um cadeado, mas só tinham cadeados grandes e, pelo visto, não muito resistentes (isso explica o seu preço: 1,29 EUR), ou seja, não comprei. E durante a semana uma colega me chamou para ir à biblioteca e comentei que eu ainda não tinha um cadeado e ela me contou que tinha uma área aos visitantes que não necessitava de cadeado, mas que seria necessário levar todos os pertences de valor. Sabendo disso, fui para a biblioteca nesse dia, sem cadeado, e fui procurar os armários abertos. E eu achava? A resposta certa é não. Então pensei “Não vou perder a viagem e também realmente preciso emprestar os livros para eu poder estudar” e avistei uma “papelaria” nesse hall de entrada e fui perguntar se vendia cadeados em alemão, mas não me lembrava como era a palavra (Vorhängeschloss) e no meio da minha tentativa falhada de pronunciar a palavra, vi 3 modelos de cadeados sobre o balcão. Parei, olhei os cadeados e eram todos pequenos, mas o modelo mais barato custava 7,50 EUR. Como realmente não estava a fim de perder mais tempo, fiz o quê? Comprei o cadeado de 7,50 EUR. Eu sei que é caro, mas a história não para por aí.
Guardei meus pertences em uma cesta (como de mercado) e entrei na biblioteca. Peguei os livros e sentei em um computador livre e estudei até dar o tempo que eu deveria sair para a aula de japonês. 

Fui a uma máquina automática para fazer o emprésrimo de livros e saí para o hall, passando pelo sistema de alarme magnético. E o alarme apitou, mas pensei que não teria problema, pois eu tinha o comprovante de empréstimo de livros. Nisso, chegou o segurança da biblioteca, mostrei-lhe o comprovante, e ele disse que eu teria que voltar lá dentro para que uma das atendentes desmagnetizasse os livros. Na hora que dei meia volta, vi os armários que não precisa de cadeado. Nessa hora não sabia se eu pensava em desmagnetizar o livro ou no atraso para a aula de japonês (primeira aula, inclusive), ou no cadeado que tinha comprado por 7,50 EUR. Voltei, a bibliotecária desmagnetizou o livro, saí sem apitar e quando fui em direção aos armários, eu não lembrava em qual fileira (muito menos qual armário) que eu havia guardado minhas coisas e também mal sabia identificar meu cadeado, pois tinha acabado de comprar. Mas tive a mínima capacidade de pensar para ver a marca do cadeado na chave e pude encontrar também graças aos muitos armários vazios na região. Para que eu não perca mais o meu armário, estilizei o meu cadeado com algumas paixões e hobbys que tenho.

Estutura molecular da adrenalina e hobbys no cadeado.
Pelo menos, no final dessa história, pude emprestar os livros, estudar e aprender um pouco, comprar um cadeado (mesmo que caro) para usar futuramente quando voltar à biblioteca (terei que voltar muito, para valer à pena) e, acima de tudo, ter mais uma história para compartilhar aqui.


Liebe Grüße


Quando eu vim para a Alemanha, eu só trouxe roupas de verão, como regata, shorts e casacos leves. Com a chegada do outono e o inverno batendo à porta, precisei ir às compras para me preparar para a chegada do frio. Comprei casacos, meia-calça, cardigan, cachecol e ainda faltavam comprar calçados resistentes.

Em um belo dia, enquanto navegava pelo Facebook, vi um anúncio da JustFab, na qual um par de botas estava custando apenas 19,90 euros (mas era de material sintético e não poderia ser usado em dias de neve). Logo entrei no site, cadastrei-me e solicitei as botas. Também, na mesma loja, vi uma botinha da Timberland linda, mas estava uns 80 euros (essa sim era de couro e poderia ser utilizada em dias de neve). Minha amiga (a mesma que apareceu nos outros dois episódios) disse que no dia seguinte teria outlet da Timberland no site da Zalando. Me contentei e esperei até o dia seguinte. Entrei no site e encontrei a mesma botinha por 65 euros! Fiquei contente com o preço e nem pensei duas vezes para comprar. Fiquei super satisfeita com as compras e fiquei ansiosa esperando a entrega.

A bota que seria minha :(
Mas o que aconteceu não foi o esperado: como tinha acabado de me mudar para um novo apartamento, não constava o meu nome na campainha de entrada do prédio; então, ambas as entregas consideraram que o endereço não foi encontrado e os produtos foram devolvidos diretamente ao remetente (loja). Com o propósito de tentar solicitar o reenvio, liguei para as duas centrais de atendimento e ambas disseram que o procedimento do pedido, quando não se “encontra o endereço” é automaticamente devolver o dinheiro e é possível ter o produto com um novo pedido. Fiquei muito chateada, principalmente pelo fato de que a botinha da Timberland, que normalmente custa quase 200 euros, seria meu por apenas 65 euros!

Maaaaaaas, por uma grande sorte, descobri que existia um outlet da Zalando aqui em Berlim e fui, já que precisava de botas. Cheguei lá e tinham muitas opções de botas de várias marcas, peças únicas e por preços muito, muito, muito bons! Comprei uma botina (Dockers por 29,90 EUR) e uma bota de cano alto (da Harley Davidson que estava de 200 EUR por 70 EUR), ambas de couro, por um pouco menos de 100 euros! Se converter em reais, pode ser que não sejam tão baratas assim, mas em se falando em euros é um bom preço.

Depois desses acontecimentos fiquei pensando o motivo disso ter acontecido comigo: se não era para eu ainda ter uma bota da Timberland, ou se era para eu treinar um pouco de alemão com os telefonemas ao central de atendimento das lojas, se era para conhecer essa outlet... Enfim, essa longa história me fez colocar meu nome na campainha (finalmente) e também estou preparadíssima para a chegada do frio europeu!



Liebe Grüße und bis nächste Woche!


No Brasil existem apenas um estilo de “farmácias” ou “drogarias”, que são sinônimos; mas na Alemanha não: existem a grosso modo Apotheke (que vende remédios fabricados e manipulados, produtos específicos para tratamentos) e drogarias (como farmácias que normalmente conhecemos no Brasil, mas sem venda de remédios que exigem receita médica).

Quando cheguei na Alemanha, não tinha a mínima ideia da diferença entre esses estilos de empreendimentos e precisava comprar urgentemente um condicionador para os meus cabelos, pois estavam muito ressecados, devido à água ser rica em cálcio (prórpia para beber). Então, entrei na primeira “farmácia” que avistei, e era uma Apotheke. Como estava ainda na minha primeira semana na Alemanha, perguntei à atendente se tinha condicionador e ela me apresentou vários, para pós-tingimento, para cabelos com muita química e um que era com extrato de plantas para hidratação e reparação. Pensei em comprar o de reparação e perguntei o preço e ela disse que custava 14 euros. Como não sabia da existência de dois tipos de “farmácias”, eu pensei: tenho 14 euros, então vou levar, até porque ela foi tão simpática e tão atenciosa. Não tive coragem de dizer que não levaria para casa, mesmo sabendo que era caro.

Obviamente, tive que compartilhar o fato com a minha amiga, que é a minha conselheira. Ela ficou horrorizada com o preço que paguei, uma vez que em drogarias pagaria, no máximo, uns 2 ou 3 euros (depois ela me levou em uma drogaria, me mostrou as opções e me ajudou a escolher um que custa menos de dois euros e é muito melhor do que o que comprei no Apotheke).

Quando se mora em um local completamente novo, por desconhecermos a cultura e o funcionamento das coisas agimos ingênua e impulsivamente. No meu caso, felizmente, só tive um pouco de prejuízo material, mas já presenciei um caso, na qual a minha colega de apartamento da época comprou um Monateskarte (Ticket para transporte público que tem validade de um mês) com atendente e, acidentalmente, ela lhe entregou um ticket para estudante (56 euros) ao invés de um com valor integral (79,50 euros). O problema é que ela estava atrasada e não conferiu o troco nem a modalidade do bilhete. Até que um dia fui às compras com ela e dentro do metrô a fiscalização passou, a fim de verificar se todos os passageiros estavam lá regularmente. Como no momento ela era somente estudante em um curso de idiomas (que não dá direito a ter desconto de estudante para o ticket), ela levou uma multa de 60 euros.