No Brasil existem apenas um estilo de “farmácias” ou “drogarias”, que são sinônimos; mas na Alemanha não: existem a grosso modo Apotheke (que vende remédios fabricados e manipulados, produtos específicos para tratamentos) e drogarias (como farmácias que normalmente conhecemos no Brasil, mas sem venda de remédios que exigem receita médica).

Quando cheguei na Alemanha, não tinha a mínima ideia da diferença entre esses estilos de empreendimentos e precisava comprar urgentemente um condicionador para os meus cabelos, pois estavam muito ressecados, devido à água ser rica em cálcio (prórpia para beber). Então, entrei na primeira “farmácia” que avistei, e era uma Apotheke. Como estava ainda na minha primeira semana na Alemanha, perguntei à atendente se tinha condicionador e ela me apresentou vários, para pós-tingimento, para cabelos com muita química e um que era com extrato de plantas para hidratação e reparação. Pensei em comprar o de reparação e perguntei o preço e ela disse que custava 14 euros. Como não sabia da existência de dois tipos de “farmácias”, eu pensei: tenho 14 euros, então vou levar, até porque ela foi tão simpática e tão atenciosa. Não tive coragem de dizer que não levaria para casa, mesmo sabendo que era caro.

Obviamente, tive que compartilhar o fato com a minha amiga, que é a minha conselheira. Ela ficou horrorizada com o preço que paguei, uma vez que em drogarias pagaria, no máximo, uns 2 ou 3 euros (depois ela me levou em uma drogaria, me mostrou as opções e me ajudou a escolher um que custa menos de dois euros e é muito melhor do que o que comprei no Apotheke).

Quando se mora em um local completamente novo, por desconhecermos a cultura e o funcionamento das coisas agimos ingênua e impulsivamente. No meu caso, felizmente, só tive um pouco de prejuízo material, mas já presenciei um caso, na qual a minha colega de apartamento da época comprou um Monateskarte (Ticket para transporte público que tem validade de um mês) com atendente e, acidentalmente, ela lhe entregou um ticket para estudante (56 euros) ao invés de um com valor integral (79,50 euros). O problema é que ela estava atrasada e não conferiu o troco nem a modalidade do bilhete. Até que um dia fui às compras com ela e dentro do metrô a fiscalização passou, a fim de verificar se todos os passageiros estavam lá regularmente. Como no momento ela era somente estudante em um curso de idiomas (que não dá direito a ter desconto de estudante para o ticket), ela levou uma multa de 60 euros.


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