Olá! Ein ganzes Jahr ist leider vorbei!
Infelizmente, o meu intercâmbio chegou ao fim no início de agosto e gostaria de relatar os principais aprendizados que tive durante esse um ano.

1.       Ter objetivos claros.
Antes de sair para intercâmbio, deve-se traçar objetivos claros: no meu caso, foi aprender alemão, aprender alguma coisa que é forte na Alemanha e conseguir participar de um projeto na universidade ou conseguir um estágio. No final, fiquei muito satisfeita por ter conseguido cumprir meus objetivos acadêmicos! Quem tem objetivos claros na vida, consegue tudo.

2.       Não comparar sua vida com a da outra pessoa.
Em hipótese alguma, deve-se comparar a sua vida com a da outra pessoa. Quando estamos em intercâmbio, sempre encontramos pessoas que viajam muito mais que você e isso cria uma vontade de querer viajar mais. O importante, neste momento, é ter objetivos claros em mente e saber organizar tempo para estudar e para se divertir e viajar. Cada coisa deve ser feita em seu tempo e eu acredito que, se eu fizer bem a minha parte, terei mais oportunidades de viajar a trabalho, futuramente, graças ao trabalho que realizei. Caso contrário, você se acha que é menos feliz que a outra pessoa e isso pode afetar a autoestima.

3.       É só por um ano.
Desde o momento que embarquei no aeroporto rumo à Alemanha, sempre mantive em minha mente “É só por um ano”. Isso me ajudou muito a não sentir muitas saudades da minha família e deixar que isso influenciasse negativamente no meu dia-a-dia. Talvez isso se deva ao fato de eu ser um pouco “fria”, racional demais. Mas o ano voou e quando me dei conta de que o intercâmbio estava no final, percebi que um ano é, realmente, muito curto: foi tempo somente para me acostumar a viver sozinha na Alemanha e estar com um alemão razoável. Nesse momento, verão, não queria, de jeito nenhum voltar, mas tive que manter meu comprometimento de quando fui. O importantes deste tópico é aproveitar cada momento, como se fosse o último!

4.       Xô supérfluos.
Como eu, realmente, tinha tudo o que precisava para o dia-a-dia, como alimentos, transporte, roupa, materiais de estudo, não sentia muita vontade de comprar coisas supérfluas. Mas quando saía para fazer compra com a minha amiga, sempre achava algo para comprar ou mesmo na internet. Apesar disso, aprendi a valorizar mais alguns momentos do dia-a-dia, como comer bem, ter vida simples e curtir a vida! Um bom exemplo é quanto ao celular: estou com o meu há uns 4 anos e não troquei em Berlim. No meu dia-a-dia percebi que muitos alemães não se esquentam muito para terem celulares de última geração, inclusive jovens! Eles o possuem pela necessidade de comunicação móvel; muitos ainda possuem “tijolares”.

5.       Desapego
Quando fui organizar minhas bagagens para voltar, tive que atribuir prioridades aos meus pertences e desapegar de muitas coisas:  roupas, tênis, chinelo, toalhas, esquentador de água, luminária, impressora, e percebi que tenho muitas coisas, que comprei, usei poucas vezes e não uso mais, que posso doar ou, simplesmente, jogar fora (se não houver mais nenhuma serventia). Mas esse desapego não se trata de apenas coisas materiais, mas sim de sentimentos e lembranças criadas com o lugar e amigos, que é muito mais difícil que material, na minha opinião: se despedir dos amigos sem saber quando vai ser a próxima vez de revê-los (se revê-los) e também sem saber como será, uma vez que a vida de todos é bem diferente do que a gente estava acostumado lá em Berlim.

6.       Tô nem aí.
Uma forma de desapego e simplicidade alemã muito comum é no Flohmarkt (mercado das pulgas), onde pessoas vendem e compram roupas e objetos utilizados. E isso dá muito certo, pois os alemães não estão nem aí para como você está vestido e para o que você pensa sobre elas. Mas eu percebi que eles são muito estilosos e têm bom gosto! E eu peguei um pouquinho dessa cultura, pois me visto do jeito que me sinto à vontade e passei a fazer coisas espontaneamente.

7.       Sinceridade alemã.
Os alemães são muito sinceros: quando eles querem saber sobre algo, qualquer coisa, eles te perguntam e quando algo está errado ou há críticas ou reclamações a se fazer, eles não hesitam em falar pessoalmente e não se importam com o que você vai pensar, e, inclusive, eles são muito diretos (sem enrolações) e, às vezes, indiscretos. Isso ainda continua sendo uma grande dificuldade, mas talvez aprendi a ser um pouquinho mais direta.

8.       Cultura brasileira.
Conheci muitas pessoas de várias regiões do Brasil e conheci vários sotaques diferentes e também culturas diferentes, não somente da Alemanha. Isso foi muito bom! Espero poder manter toda essa amizade e também poder conhecer mais o Brasil!

9.       Aprendi alemão.
Meu alemão ainda não está perfeito, mas consegui aprender o suficiente para me comunicar no dia-a-dia e, como meu foco não era a gramática (que já tinha aprendido bem), então me foquei para aprender expressões novas e principais no uso corriqueiro como: doch, naja, sozusagen, natürlich, unbedingt, uberhaupt, usw. Genau! Além de alemão, também consegui relembrar um pouco de japonês, praticar inglês e aprendi palavras em espanhol e francês (palavras soltas e dizer "Je ne parle pas français").

10.   Conheci pessoas do mundo inteiro.
Uma experiência que não se tem no Brasil, somente na sua cidade, é de conhecer pessoas do mundo inteiro. Tive contato com pessoas de todos os cantos do mundo, seja do Canadá, Chile, Irã, Paquistão, Indonésia, Japão, Austrália, Itália, França, Líbano e não para por aí. Aprendi um pouco de como que é a cultura, principalmente culinária, de seus países de origem. Também espero poder manter contato com eles, pois eles foram fundamentais, assim como os brasileiros, para que eu pudesse ter um ano top!

Além dos citados, aprendi a esquiar em um dia, aprendi muito com meus erros e histórias que compartilhei em algumas postagens, participei de alguns festivais europeus importantes culturalmente etc. Resumindo: foi um ano cheio de novidades e aprendizado, o qual eu não trocaria por nada deste mundo.



Arrependimentos?
Talvez, de não ter aproveitado 100 % do meu tempo como se fosse os últimos tempos, mas talvez isso foi necessário, para que eu tivesse essa vivência do jeito que foi.

Agradecimentos:
Gostaria de agradecer todas as pessoas que me incentivaram e me deram suporte, desde o começo da minha trajetória acadêmica: meus pais, familiares, professores, Programa Bom Aluno, escola de alemão Genau Das (pela bolsa para curso de alemão), amigos, demais bolsistas brasileiros (pela companhia e parceria) e a todos os brasileiros!


Deixe um comentário