Olá! Hoje vou finalizar a série “Diário em Berlim”, pois já estou de volta e, acredito eu, já readaptada.
Gostaria de compartilhar um pouco
sobre a minha readaptação e choques culturais que tive no retorno, mas,
primeiramente, gostaria de falar como foi a viagem.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPP2_Otg5O4MPkVOzNQDBmZMvRF8Yk8aabdJ29nSEBaterz7U4ScDtFCVvHGhXS7I8-f1QZuKBLnug6KHz7ExxHbSa92I0rg9RwTsmVyMUYxBOre03rGO-TW9jaLgsw5XWDyIkdjo4xXYe/s320/Fotos.jpg)
A sensação que tive, ao rever os
familiares, foi muito boa, mas ao mesmo tempo, muito estranha, pois no início
do dia estava em Berlim e no final do dia, depois de passar o dia inteiro no
avião, em Curitiba, em casa. Também estava com vontade zero de voltar, pois,
finalmente, tinha finalizado todas as matérias cursadas na universidade alemã, lá
era verão e uma época muito boa de ir ao lago banhar-se, festar, ir ao parque
etc; morria de inveja dos amigos que ainda ficaram lá, me enviando fotos e Snaps.
Enfim, o fim do intercâmbio chegou,
estou de volta em casa, e bora voltar à realidade. Sorte minha, que nem tive
muito o que pensar, pois as aulas da faculdade já tinham recomeçado e, não tive
férias. Acho que isso foi bom, pois dessa forma, teria menos tempo para ficar “deprê”.
E em relação aos fusos
horários, eu tive um forte Jet lag (um
cansaço físico extremo por viajar por vários fusos horários). Fiquei,
aproximadamente, 1 mês com muito sono a partir das 18 h, pois a esse horário no
Brasil, já eram 23 h lá. Quando eu fui para lá, também sofri com mudança brusca
de fuso, mas o efeito foi o inverso: só conseguia dormir às 4 h da manhã,
enquanto aqui ainda eram 23 h.
1.
Papel
higiênico
Sempre que ia ao banheiro, sempre
tinha que lembrar o fato de jogar o papel higiênico no lixo, e não dentro do
vaso. Além disso, os papéis daqui são mais finos (mínimo de uma folha),
enquanto que lá, as folhas são no mínimo 3 folhas!
2.
Interruptor
da luz do banheiro
Estranhei bastante no início, que
primeiro deveria entrar no banheiro para acender as luzes, e não o contrário,
pois como citado na postagem #14, os interruptores são do lado de fora.
3.
Separar
o lixo
Na Alemanha, há a cultura fortíssima
de separar o lixo. Infelizmente, aqui no Brasil, essa cultura ainda é muito
fraca e não há fiscalização e suporte necessário, para que haja separação
eficiente dos lixos.
4.
Assoar
o nariz em público
Aqui no Brasil, assoar o nariz em público
é considerado nojento e é uma forma de demonstrar “má-educação”, mas na
Alemanha não: não há problema algum em assoar o nariz em público, seja baixinho
ou com um estrondo. Como eu tenho normalmente rinite, eu não tive problemas na
Alemanha, pois os alemães fazem isso, e, por isso, eu me sentia “à vontade”
para fazer isso, porque ninguém me encarava. Mas aqui no Brasil, não é
cultural, então, tenho que me controlar um pouco com o barulho ao assoar o meu
nariz.
5.
Aulas
em português
Eu não sei se é porque eu tive
muitas dificuldades na Alemanha ao aprender e nas provas, que achei as aulas
ministradas aqui, no Brasil, muito mais fáceis: não sei se é pelo fato de ser
na minha língua materna ou se o ensino daqui é muito mais facilitado aos
estudantes que na Alemanha. Infelizmente, há uma distância enorme entre as
formas e qualidades de ensino entre Brasil e Alemanha.
6.
Liberdade
Ao voltar a casa dos meus pais, senti
que perdi muito a liberdade pessoal e liberdade de decisão, desde na escolha
das refeições (o que comer) até pessoal (quando, como e o quê fazer). Em
compensação, não preciso cozinhar nem lavar roupas. Não acredito que isso foi
negativo, mas demonstra que sou capaz de me adaptar a viver sozinha e com meus
pais.
7.
Locomoção
Tenho sorte de poder me locomover,
na maioria das vezes, somente de carro, mas em momento algum, senti falta de
andar de carro na Alemanha (só de dirigir), pois as conexões são práticas e vão
para todos os lugares, na maioria das vezes, com mais de uma opção de rota. Também
me dei conta de que não há transporte público de madrugada, por exemplo, na saída
da balada. Se quiser sair de noite, tem que ou ir de carro, carona, taxi ou Uber.
Para marcar essa mudança de fase de vida, resolvi também mudar de visual: cortei mais de 30 cm de cabelo e doei!
8. Geladeira e despensa
Em Berlim, dividia o apartamento com mais duas meninas, mas cada uma era responsável pelas suas comidas, ou seja, cada uma tinha uma prateleira na geladeira e cada uma comprava e comia o que queria. Como muitas coisas são perecíveis, eu evitava comprar muita coisa, uma vez que cansei de jogar comida fora (por estragar antes de comer): a minha geladeira era sempre "vazia", assim como a minha despensa, que tinham coisas básicas, como macarrão, açúcar, chocolate em pó etc. Quando cheguei em casa, eu me deparo com a geladeira cheia de coisas e a despensa também! Eis uma diferença enorme de morar sozinha e com os pais!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijgvKlsPlLZVMhtoeGzB9yJStj_2Ymkyhbyj7ZaUXpiCLpx2M9eDlnUWryR7LUOEysvEyaKwveGSJYJKmFdugzHScjDlLGOcl4g4L_a_uQ4WErw29zMUAi_4P2m9-RlIsfIEkM69K7hCD2/s400/Collagen1.jpg)
É com grande pesar que encerro a última
postagem dessa série, cheia de lembranças, aprendizados e saudades. Muito
obrigada a todos que fizeram parte deste momento único! Semena que vem começarei uma nova série!
Auf Wiedersehen Berlin!
![](https://lh3.googleusercontent.com/-CjI7Aof5qaM/VjuLDaE4HyI/AAAAAAAAAzY/En276h0R1_Q/s300-Ic42/Assinatura300px.jpg)