Finalmente, chegou a última semana do ano. Talvez o termo certo não seja “finalmente”, mas sim “já”. Vou aproveitar também para refletir como foi o ano. Para mim, este ano foi cheio de desafios (em alemão Herausforderungen) e novidades (Neuheiten).
O primeiro semestre contou com: processo para a bolsa de estudos em andamento nos quesitos burocráticos (papeladas e documentos que não acabavam mais) e o aceite da candidatura na Universidade Técnica de Berlim (Technische Universität Berlin); preparativos para a formatura de piano para uma apresentação solo depois de 15 anos de curso; 2 décadas completas de vida; concurso musical da universidade, na qual tive a honra de ser contemplada com o prêmio de 3° lugar.

A passagem para o segundo semestre, na qual constam os maiores desafios do ano, foi a viagem rumo à Alemanha, especificamente, Berlim. Os primeiros dois meses, de adaptação e curso intensivo de alemão, morei com duas meninas, uma da Indonésia e outra do Paquistão. Por sorte, eu sabia inglês e conseguia me comunicar muito bem com elas, mas às vezes eu penso que foi uma loucura, vir em um país, cujo idioma eu estou aprendendo há menos de 3 anos. Nesse período, principalmente tive que me acostumar a fazer tudo que os meus pais faziam para mim sozinha: cozinhar, limpar a casa, lavar as roupas, fazer compras, administrar o dinheiro e cuidar de mim quando fiquei doente. Em contrapartida, tive liberdade de fazer o que quiser quando eu quisesse, mas sempre ciente de suas consequências.  

Acabou o curso de alemão de dois meses, mudei de apartamento e fui morar em um outro, agora com um Romeno e outra Indonesiana. Agora sim: organizar tudo para que eu pudesse ter uma boa estadia por um ano. Por sorte, eu não precisei comprar nada de mobília nem utensílios. Me acomodei e na semana seguinte, começou um outro curso de alemão intensivo, agora obrigatório pela universidade para todos os alunos estrangeiros. Acabou e logo iniciaram as aulas. Por sorte, todas as matérias que resolvi cursar são do mesmo núcleo, de Química Técnica (Technische Chemie), e ligadas, mesmo que indiretamente, com o o professor responsável por mim aqui na Universidade. Além do curso de alemão, que continuo frequentando, para aprimorar, resolvi inovar um pouco: estudar japonês e fazer Kung Fu. A vontade de eu querer estudar japonês surgiu repentinamente, sem motivo algum, e consegui me adaptar muito bem! Como eu já tinha uma base para o idioma, está sendo fácil e, o principal de tudo, estou aprendendo bastante, tanto vocabulário, gramática (que nunca tinha estudado) e ideogramas! Quanto ao Kung Fu, sempre quis fazer um esporte de luta, mas nunca tive tempo nem oportunidade, e aqui, como a universidade possui um núcleo esportivo, a qual oferece cursos com preços especiais para alunos (eu pago 22 EUR o semestre!), resolvi aderir, até porque se eu não me movimentar, eu viro uma bola!

Graças a Deus, todos esses acontecimentos do ano de 2015 me fizeram aprender muito, principalmente quanto aos ligados à inexperiência de viver sozinha em um país desconhecido. A experiência está sendo única. Quem diria que eu estaria aqui há um ano? Ano passado pensava na hipótese de eu estar aqui, mas era apenas uma ideia que somente de longe pensaria que fosse se realizar. Todo esse tempo não passou rápido, mas voou.

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que fizeram parte dessa etapa importantes da minha vida, para o desenvolvimento profissional e, principalmente, pessoal.

Feliz ano novo!

Frohes neues Jahr!


O final de ano chega e em novembro já se iniciam os preparativos para o Natal. Aqui na Alemanha existe o termo Adventszeit, na qual é designada para essa preparação natalina, de celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Todas as cidades alemãs são enfeitas com luzes e decorativos para esse momento tão esperado do final de ano. Por mais que a maioria dos alemães não sejam religiosos, a data vale para passar o tempo juntinho com família e/ou amigos.

No final de novembro iniciam-se as Weihnachtsmark, que na tradução livre significa “Feira de natal”. As barracas vendem souveniers, acessórios para inverno, canecas, comidas típicas alemãs de rua (pommes – batata frita, Currywurst – salsicha com curry, Lebkuchen – bolachas de mel em formato de coração decoradas, como no Oktoberfest, Bratwurst – pão com salsicha etc) e, principalmente, Glühwein, que é comparável ao “quentão” ou “vinho quente brasileiro” que vem em uma caneca personalizada com o nome da cidade e o ano, que decidi colecionar. Adoro visitar essas feirinhas coloridas e sentir esse clima aconchegante, bebendo um Glühwein! Pessoalmente, prefiro quentão, pois o Glühwein é somente um vinho doce e quente; o “Glühwein brasileiro” tem especiarias como cravo e canela, que o deixam delicioso!

Outra forma de preparativo adorada é com o Adventskalendar: é um calendário de 1 a 24, na qual a cada dia passado de dezembro, abre-se uma portinha e dentro dela há uma minisurpresa, até chegar o dia 25. Existem Adventskalendar de várias coisas: chocolate, chá, bijuteria, cosméticos, cerveja... E também existe uma versão mais elaborada, na qual normalmente os pais preparam aos seus filhos pequenos. Esse calendário podem ser caixas ou meias de veludo, também numerados de 1 a 24, e a cada dia há um presentinho dentro. Eu comprei um Adventskalendar em forma de árvore de natal da Kinder Friends! As opções de surpresas são Schoko-Bons, Kinder Riegel, Kinder Bueno e Kinder Country. Infelizmente, no Brasil só se encontra Kinder Bueno. Os outros chocolates são também igualmente deliciosos!

Quanto aos pratos típicos natalinos, para ser sincera, só conheço um (até agora), que é pato com repolho roxo e batata ou bolinhos de batata, bem delicioso! Quanto aos doces, comprei Stollen, que acredito ser um bolinho consistente que “substitui” o panetone brasileiro, e também Lebkuchen, que são bolachas de mel cobertos de chocolate com formatos bonitinhos. Quanto ao Stollen, existem várias marcas, mas por indicação de uma amiga, comprei da marca mais cara, mas tradicionalíssima e deliciosa, por ser da primeira fábrica a produzi-lo.

E também se vê na rua pinheiros de verdade para vender. Ao contrário no Brasil, que todas as árvores são de plástico, muitas pessoas enfeitam suas casas com pinheiros. Acredito que esse fato se deve ao clima frio, que proporciona o crescimento desse tipo de vegetação e alimentar essa cultura do hemisfério norte, de remeter a imagem de um pinheiro ao natal. Optei por não comprar um pinheiro (ficarei apenas com o pinheiro que está plantado em frente à minha janela), mas minha amiga disse que normalmente sua avó compra, enfeita-o e o sua boa fragrância se espalha pela casa inteira.

Pelo fato de viver sozinha, não fiz grandes coisas e também não investi muito dinheiro para decorações natalinas. Por isso, comprei coisinhas pequenas somente para “decorar” um pouco o meu quarto e relembrar que o natal está chegando. Abaixo tem uma foto de como está a minha decoraçãozinha.



Feliz natal!

Frohe Weihnacht!



Berlim é uma cidade muito segura, mas, infelizmente, não quer dizer que a taxa de criminalidade é nula. Ouve-se muitos relatos de furtos na rua e, principalmente, nos transportes públicos. A mãe da menina que morava comigo perdeu a bolsa (roubaram) em um restaurante no Alexanderplatz, um dos centros de Berlim. E também, outro dia, a menina que mora comigo foi roubada, sem perceber, no metrô. Sempe ouvi essas histórias, mas nunca pensei que fosse acontecer comigo, pois no Brasil, que é mais perigoso que aqui, nunca aconteceu. Na semana passada, inclusive, uma colega perdeu seus documentos (carteirinha de estudante com passagem semestral de transporte público, passaporte com o visto etc) que estavam dentro da mochila roubada e a perguntei se conseguiu recuperar seus documentos. Disse que estava tudo em ordem e faltavam alguns detalhes.

E adivinhe o motivo de eu estar escrevendo esta postagem: aconteceu comigo. Eu preciso sempre apresentar a carteirinha de estudante, que é o mesmo para ticket de transporte público. Lembro-me da última vez que guardei na moedeira dentro da mochila no último ônibus que peguei. Depois, quando cheguei em frente da porta de casa, percebi que a minha mochila estava fazendo muito barulho, mas nem me preocupei, pois pensei que fossem os chaveiros. Fui pegar a chave para abrir a porta e percebi que a minha mochila estava aberta, sem a moedeira. Voltei na estação e não vi nada. Entrei na casa e comentei com a pessoa que mora comigo e citei o que aconteceu, mais ou menos onde que poderia ser o possível local da perda e citei o que tinha dentro: 16,30 EUR em dinheiro, cartão do restaurante universitário, cartão pré-pago e carteirinha de estudante com o ticket semestral. Ela disse que eu deveria imediatamente cancelar o cartão e solicitar um novo.

Cheguei no quarto e liguei para cancelar o antigo cartão e solicitar um novo. Isso me custou U$ 10. Por sorte, o tempo foi tão curto, que nem teve tempo para ninguém gastar, uma vez que para utilizar o cartão basta somente assinar a nota fiscal, pois não solicita senha, ou pela compra na internet só digitar os números do cartão e o código de segurança.


No dia seguinte fui à universidade a pé, para economizar uma passagem e me exercitar. Peguei a rota tudo certinho no Google Maps antes de sair de casa, mas para quê? Me perdi e tive que me localizar com GPS. Cheguei na Universidade e fui solicitar um novo ticket semestral. Por sorte, encontrei a colega citada acima e fiz todo o procedimento necessário para solicitar uma nova carteirinha, que me custou mais 16 EUR. Por sorte, foi tudo rápido e tranquilo e a pessoa responsável por nós, bolsistas, disse que nesse período de final de ano há muitos roubos em decorrência das festas, que os ladrões querem festejar a nossa custa.

Quanto ao cartão do restaurante universitário, Mensa, consegui tranquilamente resgatar o valor do cartão para um novo.


Eu posso até ter agido desesperadamente (sem sequer esperar um dia para ver se alguém encontra), mas prefiro muito mais requerer novos documentos, não correr o risco de levar um prejuízo maior, não se preocupar mais com o pequeno roubo e voltar à rotina normal, com ENORME cuidado com os pertences pessoais. Quem diria que essas coisas nunca se passariam conosco? Agora, infelizmente, posso dizer que já fui roubada, não no Brasil, mas na Alemanha!


Quem me conhece, sabe que as coisas para mim são “para ontem” e, muitas vezes, ajo desesperada e as coisas tem que se na hora. Normalmente mantenho as minhas coisas (qualquer coisa) ou em dia ou um pouco adiantado. Mas isso me faz agir sem pensar e isso já me custou um pouco de dinheiro aqui na Alemanha. Com essas pequenas coisas do dia a dia, já aprendi a não ter tanto esse pensamento “para agora”, mas antes de fazer algo pensar um pouco e pensar em outras possibilidades.

Como contei no “Diário de Berlim 3 –Compra de botas pela internet”, mal vi no Facebook a oferta da bota por 19,90 EUR e já fiz cadastro no site para realizar a compra. Depois do retorno da bota ao fornecedor e retorno do dinheiro, passou a virada do mês e, de repente, sumiu 39,95 EUR da minha conta. Fui ver no extrato da onde que tinha sumido e era da JustFab. Liguei na central de atendimento (pelo menos para essa loja o atendimento é bem rápido) e perguntei o motivo da cobrança. Eles disseram que eu havia me registrado para ser um membro VIP da loja, na qual eu teria descontos nas peças das coleções e todo mês seria descontado da minha conta 39,95 EUR para que eu pudesse adquirir as roupas. E, caso eu não quisesse que esse valor fosse cobrado, todo mês entre os dias 1 e 5 eu poderia pausar essa “cobrança” durante os cinco primeiros meses e que depois desse período, a cobrança não seria mais feita. No momento, eu pensei “o quê?“, pois eu não havia lido em nenhum lugar sobre essas cláusulas (e depois, eu visitei o site como “nova cliente” e, realmente, não há nenhum lugar, no momento do registro que fale sobre isso. Para não dizer que não tem, as regras estão escritas em uma página a parte, que só quem “fuça” o site encontra). Para cancelar essa “assinatura” tive que fazer outra ligação, pois a primeira pessoa que me deu as informações sobre o cadastro disse que não teria como cancelá-lo. Depois, liguei pela TERCEIRA VEZ para ter o meu dinheiro de volta. Disseram que não existe devolução desse tipo de “cobrança” e que o crédito ficaria disponível para a próxima compra. Tudo bem. Por causa disso, às vezes entro no site e tento finalizar a compra de uma peça qualquer, só para não perder o dinheiro, e dá? A resposta é não! Por enquanto, o dinheiro está perdido.

Outro caso foi tentar fazer reserva de um hotel. Como vou acompanhada, no filtro de busca já havia citado que a reserva seria para 2 pessoas. Encontrei uma oferta muito, mas muito barata. Nem pensei duas vezes e já efetuei a reserva. Na hora que eu terminei a parte burocrática e o pagamento, vi que a reserva era apenas para um quarto solitário. Bem que estava desconfiada pelo preço. Também nem pensei duas vezes e cancelei a reserva. Como tudo ocorreu num intervalo menor que 20 minutos, nem deu tempo do pagamento ser debitado do cartão; então, dessa vez, não perdi nada, ufa!

Para mostrar que eu aprendi que ser “desesperada” pode sair caro (mas incomodo muita gente), fui a procura de uma mochila ou mala para viagem, do tamanho necessário para que empresas de avião aceitem como bagagem de mão, pois as que eu tenho ou são muito pequenas ou muito grandes. Fui primeiro na Decathlon e encontrei um mochilão por 19,90 EUR. Quase comprei, mas eu me contive, pois haveria a possibilidade de eu encontrar opções melhores. Isso já foi um grande passo para que eu não agisse desesperadamente, mas tive que me conter muito. No dia seguinte, fui no Outlet de Berlim: encontrei boas opções de malas caras, pelas quais eu ainda poderia pagar. Como eu disse, incomodei dois grandes amigos, pedindo por sugestões. Um disse que preferia mochila, por ser mais prática e a outra disse “você vai trocar uma de 19,90 EUR por uma de 31?”. No final da história, voltei na Decathlon e comprei o mochilão de 19,90 EUR.



Como é muito difícil mudar o próprio jeito de ser, infelizmente, percebo a necessidade da minha mudança de uma maneira não muito agradável: perdendo dinheiro. Ainda bem que dinheiro não é tudo e também aprendo a lidar melhor com meus “defeitos”. Ações devido aos meus defeitos saem caras, mas também espero que, com isso, eu me torne uma pessoa melhor! Gostaria de agradecer as pessoas que, mesmo não gostando dessa minha característica, me aturam e sempre estão ao meu lado!


Viver sozinha requer que eu mesma faça tudo: limpeza da casa, compras no mercado, pagar contas, gerenciar dinheiro, lavar roupa etc. Para compras no mercado, sempre reservo segunda-feira. Em uma segunda-feira que não me lembro exatamente qual, fui ao mercado. Sempre compro dois tipos de frutas, dois tipos de verduras/legumes, pão, iogurte, leite, proteína... E como na semana passada eu já tinha comprado uva e banana, então, logo na entrada do mercado tinha “melão”, uma das minhas frutas favoritas, e não estava caro. Para anunciar a promoção da fruta, estava escrito “Honig Pomelo” (Pomelo de mel) e pensei que fosse uma espécie de meão. Peguei-o e também levei 1 kg de laranja.

Cheguei em casa e como ainda eu tinha uma banana e algumas uvas, resolvi fazer uma salada de frutas. Na hora que cortei o melão, já com a boca salivando, imaginando o gosto do meão na boca, percebi que a casca era fofa e que no meio da fruta tinham gomos. P

ensei que era um “greapfruit” gigante, experimentei, e era doce, como especificado (honig), gostoso, mas eu queria o meu melão!  Depois, pesquisei na internet e era uma espécie de laranja gigante.

É óbvio que tive que compartilhar com a minha amiga. Eu disse que comprei uma fruta achando que era melão mas que era uma laranja gigante. Eu acho que ela pensou que eu não conhecia outras espécies de melão e estava inconformada que eu não sabia que era uma fruta cítrica e não um melão, mas realmente, não tinha saber como realmente era a textura da casca, pois ela estava embalada por um plástico. Ela também comentou que melão em alemão é Melone e até comentei que eu achei que a fruta era um meão, porque o nome da fruta é Pomelo e pensei que “melo” era de melão.


Foi um acontecimento engraçado e ainda bem que a fruta era gostosa!


Nunca fui de comer muito chocolate, só quando eu era criança. A mesma coisa aconteceu com café. Uma hipótese para isso é que  eu comi tanto, quando era pequena, que enjoei e não como tanto como antes. Tem muita gente que diz que é “frescura”, mas simplesmente não sinto vontade de comer (chocolate) ou não consigo beber (café). Mas em compensação amo coisas de chocolate, como bolos, chocolate quente, cookies com chocolate e Tiramisu.

Quando um amigo tinha ido vindo à Europa, trouxe de lembrancinha para mim chocolate suíço e comi um pedaço que era ao leite e “que delícia”! Mas um tabletinho era o suficiente e levava o infinito para terminar a caixinha sozinha.

Aqui na Alemanha existem muitos chocolates que no Brasil não existe, por exemplo, muitos chocolates da rede Kinder (como Kinderovo, Kinderbueno mas muito mais que isso!), Milka com vários “sabores”, como iogurte, caramelo, aerado etc. E uma pequena prova de que o chocolate daqui é bom, como lembrancinha daqui a minha tia pediu para que eu levasse chocolate.

Um dia fiquei conversando com uma amiga (a de sempre) que uma amiga em comum já comeu várias vezes barras de chocolate (pequenas e grandes) e eu fiquei surpresa, pois eu mal consigo comer um tabletinho. Foi só falar que eu nunca fiz que, no dia seguinte, resolvi abrir uma barra Milka com biscoitinho salgado para experimentar. Tomando chá foi um pedaço, foi outro e a hora que eu vi, a barra inteira tinha ido! Uma delícia! Esse fato de comer uma barra de chocolate inteira é novidade para mim e isso também é perigoso, pois sabendo que eu consigo comer a barra inteira me faz desafiar a comer mais a mais (e, com isso, engordar)! Isso é um perigo, hahaha

O pacote vazio da barra de chocolate que comi sozinha!
Sempre existe uma primeira vez para tudo, ainda mais porque o tempo é capaz de mudas suas preferências e o jeito de ser.

Bis bald!
Até breve!


Vou relatar a “primeira” vez que fui à biblioteca, digo pois literalmente não é verdadeira, pois já havia ido uma vez para uma visita guiada e explicação sobre o funcionamento geral da biblioteca durante um curso de alemão intensivo que participei, mas foi a primeira vez que realmente fui lá com fins acadêmicos. Como toda biblioteca, não se pode entrar com mochilas nem bolsas, então na entrada disponibiliza-se armários. Entretanto, aqui na Alemanha, cada um tem que trazer o seu próprio cadeado (pelo menos na minha universidade brasileira é o sistema com chaves).

Tendo consciência dessa informação, uma semana antes fui em uma loja estilo “Casa China” para comprar um cadeado, mas só tinham cadeados grandes e, pelo visto, não muito resistentes (isso explica o seu preço: 1,29 EUR), ou seja, não comprei. E durante a semana uma colega me chamou para ir à biblioteca e comentei que eu ainda não tinha um cadeado e ela me contou que tinha uma área aos visitantes que não necessitava de cadeado, mas que seria necessário levar todos os pertences de valor. Sabendo disso, fui para a biblioteca nesse dia, sem cadeado, e fui procurar os armários abertos. E eu achava? A resposta certa é não. Então pensei “Não vou perder a viagem e também realmente preciso emprestar os livros para eu poder estudar” e avistei uma “papelaria” nesse hall de entrada e fui perguntar se vendia cadeados em alemão, mas não me lembrava como era a palavra (Vorhängeschloss) e no meio da minha tentativa falhada de pronunciar a palavra, vi 3 modelos de cadeados sobre o balcão. Parei, olhei os cadeados e eram todos pequenos, mas o modelo mais barato custava 7,50 EUR. Como realmente não estava a fim de perder mais tempo, fiz o quê? Comprei o cadeado de 7,50 EUR. Eu sei que é caro, mas a história não para por aí.
Guardei meus pertences em uma cesta (como de mercado) e entrei na biblioteca. Peguei os livros e sentei em um computador livre e estudei até dar o tempo que eu deveria sair para a aula de japonês. 

Fui a uma máquina automática para fazer o emprésrimo de livros e saí para o hall, passando pelo sistema de alarme magnético. E o alarme apitou, mas pensei que não teria problema, pois eu tinha o comprovante de empréstimo de livros. Nisso, chegou o segurança da biblioteca, mostrei-lhe o comprovante, e ele disse que eu teria que voltar lá dentro para que uma das atendentes desmagnetizasse os livros. Na hora que dei meia volta, vi os armários que não precisa de cadeado. Nessa hora não sabia se eu pensava em desmagnetizar o livro ou no atraso para a aula de japonês (primeira aula, inclusive), ou no cadeado que tinha comprado por 7,50 EUR. Voltei, a bibliotecária desmagnetizou o livro, saí sem apitar e quando fui em direção aos armários, eu não lembrava em qual fileira (muito menos qual armário) que eu havia guardado minhas coisas e também mal sabia identificar meu cadeado, pois tinha acabado de comprar. Mas tive a mínima capacidade de pensar para ver a marca do cadeado na chave e pude encontrar também graças aos muitos armários vazios na região. Para que eu não perca mais o meu armário, estilizei o meu cadeado com algumas paixões e hobbys que tenho.

Estutura molecular da adrenalina e hobbys no cadeado.
Pelo menos, no final dessa história, pude emprestar os livros, estudar e aprender um pouco, comprar um cadeado (mesmo que caro) para usar futuramente quando voltar à biblioteca (terei que voltar muito, para valer à pena) e, acima de tudo, ter mais uma história para compartilhar aqui.


Liebe Grüße


Quando eu vim para a Alemanha, eu só trouxe roupas de verão, como regata, shorts e casacos leves. Com a chegada do outono e o inverno batendo à porta, precisei ir às compras para me preparar para a chegada do frio. Comprei casacos, meia-calça, cardigan, cachecol e ainda faltavam comprar calçados resistentes.

Em um belo dia, enquanto navegava pelo Facebook, vi um anúncio da JustFab, na qual um par de botas estava custando apenas 19,90 euros (mas era de material sintético e não poderia ser usado em dias de neve). Logo entrei no site, cadastrei-me e solicitei as botas. Também, na mesma loja, vi uma botinha da Timberland linda, mas estava uns 80 euros (essa sim era de couro e poderia ser utilizada em dias de neve). Minha amiga (a mesma que apareceu nos outros dois episódios) disse que no dia seguinte teria outlet da Timberland no site da Zalando. Me contentei e esperei até o dia seguinte. Entrei no site e encontrei a mesma botinha por 65 euros! Fiquei contente com o preço e nem pensei duas vezes para comprar. Fiquei super satisfeita com as compras e fiquei ansiosa esperando a entrega.

A bota que seria minha :(
Mas o que aconteceu não foi o esperado: como tinha acabado de me mudar para um novo apartamento, não constava o meu nome na campainha de entrada do prédio; então, ambas as entregas consideraram que o endereço não foi encontrado e os produtos foram devolvidos diretamente ao remetente (loja). Com o propósito de tentar solicitar o reenvio, liguei para as duas centrais de atendimento e ambas disseram que o procedimento do pedido, quando não se “encontra o endereço” é automaticamente devolver o dinheiro e é possível ter o produto com um novo pedido. Fiquei muito chateada, principalmente pelo fato de que a botinha da Timberland, que normalmente custa quase 200 euros, seria meu por apenas 65 euros!

Maaaaaaas, por uma grande sorte, descobri que existia um outlet da Zalando aqui em Berlim e fui, já que precisava de botas. Cheguei lá e tinham muitas opções de botas de várias marcas, peças únicas e por preços muito, muito, muito bons! Comprei uma botina (Dockers por 29,90 EUR) e uma bota de cano alto (da Harley Davidson que estava de 200 EUR por 70 EUR), ambas de couro, por um pouco menos de 100 euros! Se converter em reais, pode ser que não sejam tão baratas assim, mas em se falando em euros é um bom preço.

Depois desses acontecimentos fiquei pensando o motivo disso ter acontecido comigo: se não era para eu ainda ter uma bota da Timberland, ou se era para eu treinar um pouco de alemão com os telefonemas ao central de atendimento das lojas, se era para conhecer essa outlet... Enfim, essa longa história me fez colocar meu nome na campainha (finalmente) e também estou preparadíssima para a chegada do frio europeu!



Liebe Grüße und bis nächste Woche!


No Brasil existem apenas um estilo de “farmácias” ou “drogarias”, que são sinônimos; mas na Alemanha não: existem a grosso modo Apotheke (que vende remédios fabricados e manipulados, produtos específicos para tratamentos) e drogarias (como farmácias que normalmente conhecemos no Brasil, mas sem venda de remédios que exigem receita médica).

Quando cheguei na Alemanha, não tinha a mínima ideia da diferença entre esses estilos de empreendimentos e precisava comprar urgentemente um condicionador para os meus cabelos, pois estavam muito ressecados, devido à água ser rica em cálcio (prórpia para beber). Então, entrei na primeira “farmácia” que avistei, e era uma Apotheke. Como estava ainda na minha primeira semana na Alemanha, perguntei à atendente se tinha condicionador e ela me apresentou vários, para pós-tingimento, para cabelos com muita química e um que era com extrato de plantas para hidratação e reparação. Pensei em comprar o de reparação e perguntei o preço e ela disse que custava 14 euros. Como não sabia da existência de dois tipos de “farmácias”, eu pensei: tenho 14 euros, então vou levar, até porque ela foi tão simpática e tão atenciosa. Não tive coragem de dizer que não levaria para casa, mesmo sabendo que era caro.

Obviamente, tive que compartilhar o fato com a minha amiga, que é a minha conselheira. Ela ficou horrorizada com o preço que paguei, uma vez que em drogarias pagaria, no máximo, uns 2 ou 3 euros (depois ela me levou em uma drogaria, me mostrou as opções e me ajudou a escolher um que custa menos de dois euros e é muito melhor do que o que comprei no Apotheke).

Quando se mora em um local completamente novo, por desconhecermos a cultura e o funcionamento das coisas agimos ingênua e impulsivamente. No meu caso, felizmente, só tive um pouco de prejuízo material, mas já presenciei um caso, na qual a minha colega de apartamento da época comprou um Monateskarte (Ticket para transporte público que tem validade de um mês) com atendente e, acidentalmente, ela lhe entregou um ticket para estudante (56 euros) ao invés de um com valor integral (79,50 euros). O problema é que ela estava atrasada e não conferiu o troco nem a modalidade do bilhete. Até que um dia fui às compras com ela e dentro do metrô a fiscalização passou, a fim de verificar se todos os passageiros estavam lá regularmente. Como no momento ela era somente estudante em um curso de idiomas (que não dá direito a ter desconto de estudante para o ticket), ela levou uma multa de 60 euros.


Olá! Faz um pouco mais de dois anos que eu não posto nada neste blog, devido à correria do dia-a-dia acadêmico, mas nunca parei de pensar e refletir. Tomando um novo reinício às atividades do Blog, alterei o layout para demonstrar um pouco a fase atual da minha vida, na qual estou a poucos passos de decidir qual será o meu rumo profissional. Também me dei conta de que meus penssamentos evoluiram muito (não somente no sentido de mudar, mas de melhorar). Ainda bem, né?

Como estou em Berlim (Alemanha) há 4 meses, para um restart, gostaria de compartilhar experiências e os fatos engraçados, desesperadores e bizarras que fiz ou aconteceram comigo em postagens, como se fosse um “diário”, mas todos com um enorme aprendizado. Nomeei a série como "Diário em Berlim". Vamos começar, los!

Nota fiscal da primeira compra. Da primeira compra a gente nunca se esquece.
Cheguei dia 29 de junho em Berlim e fiquei hospedada na casa de uma amiga de uma amiga. Lá, pude ter mais ou menos uma noção dos alimentos necessários a comprar para a minha estadia: geléias, iogurte, frutas congeladas, arroz, macarrão e assim vai. No dia 01 e julho, finalmente me mudei para o apartamento, no qual ficaria dois meses e voi la às compras! Peguei tudo o que vi pela frente que julguei ser interessante, como garrafas de água mineral, papel higiênico, lencinho de papel, carne, tudo, tudo, tudo mesmo! Cheguei ao caixa para pagar e a minha compra (Einkauf em alemão) custou nada mais que 50,90 euros. No momento fiquei aliviada, pois havia levado o dinheiro suficiente. Na hora de levar para o apartamento é que a coisa se complicou: como levar a compra para o apartamento, uma vez que aqui na Alemanha as sacolas são pagas? Por sorte, o mercado encontra-se em frente ao prédio que morei e estava com um colega que cuidou do carrinho enquanto eu levava a primeira leva e buscava sacolas de pano que eu tinha. Fiz o delivery em duas idas. Enchi a geladeira, cozinhei muitas coisas gostosas e os dias foram se passando e, sem ter limites, fazendo mais e mais compras. Até que os alimentos frescos (frutas, verduras e carnes) começaram a estragar: carne, molho de tomate e milho enlatado abertos. Foi neste momento que me disciplinei a fazer compras menores e muito mais baratas, a fim de evitar o desperdício de alimentos.

Um tempo depois comentei com uma amiga sobre o valor da minha primeira compra e ela se assustou, dizendo que era um absurdo! Que no máximo, quando compra muita coisa, ela gasta apenas 20 euros ou menos. Agora sei que a compra foi “exageradamente exagerada” e que 50 euros é muita, muita, muita coisa e um dinheirão! Com a lição que aprendi, gasto semanalmente em torno de 20 euros, sem precisar jogar nada no lixo, e passo muito bem!